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sábado, 20 de agosto de 2011


Eu poderia te amar, com toda a facilidade do mundo, o meu olho poderia brilhar ao te chamar e meu. Eu poderia acordar com o seu cheiro, abrir os olhos e sorrir instantaneamente por lembrar de alguma parte do dia anterior, seja das cócegas, da comida que queimou ou do filme que não tinha graça. Eu poderia te ligar por saudade, sentir o coração acelerar ao ouvir tua voz rouca e passar o resto do dia preenchida pela satisfação de te ter mesmo que em partes. Eu poderia colocar um moletom velho e dizer “ta frio e eu já estou com saudade, será que dá…” e ser interrompida por um “eu to chegando neném.” Eu poderia ser envolvida pela sua voz e conduzida a qualquer lugar que fossemos nós dois, com as piadas, as manias, os risos fáceis, as gargalhadas estridentes, os olhares que diriam o necessário e então eu seguraria sua mão. Eu a seguraria como se fosse o seu coração, que no momento seria meu, e então eu teria certeza do meu bem estar. Eu desviaria o olhar por odiar sua mania de me encarar, eu ficaria corada e iria rir da piada da semana passada que eu acabara de entender. Você ficaria comovido com tamanha fragilidade e então me abraçaria, eu te empurraria pra não perder o costume, mas, minha força seria inútil a você. A gente rolaria pra algum lugar, ficaríamos olhando o céu, falando com o que os formatos das nuvens se assemelham, iríamos rir por dizer algo idiota o bastante. Você seria errado, completamente, e então eu gostaria de você por isso. Eu seria certa e esse seria o mistério, você ia gostar de algo que nunca te chamou atenção. Nós seríamos distintamente um só, seríamos água e fogo, doce e sal, a parte boa do que há de ruim, o riso, a vergonha, o olhar, a guarda baixa e nós seríamos juntos boa parte do que nunca fomos separados. Seria engraçado, bonito e feliz. Nós não precisaríamos estar presos e tampouco próximos pra sentir que era real, bastava respirar fundo e estaria ali, pequeno, único e ali.

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